A continuação do primeiro Guardiões da Galáxia estreia no Brasil esta semana e irá satisfazer os milhares de fãs da Marvel.
O primeiro filme foi uma surpresa para a marca, que não esperava tanto sucesso. Tendo em vista que os personagens não eram tão famosos e que o diretor James Gunn estava começando sua carreira, era esperado que o começo desta franquia iria servir apenas como aquele tipo de produção que acontece entre os blockbusters mais “sérios”, como Homem-Aranha ou Avengers. Porém, o longa mostrou que o público dá mais importância a personagens e histórias bem desenvolvidas do que heróis famosos, dirigidos por nomes reconhecidos.
Além disso, tanto o primeiro filme quanto o segundo contêm todos os ingredientes de sucesso da Marvel. Para começar, o uso de cenas engraçadas em meio a lutas grandiosas não só descontrai, mas por não se levar tão a sério, o filme acaba ironicamente nos fazendo acreditar em suas partes mais tristes. Aqui, estas cenas engraçadas acontecem por conta dos próprios personagens excêntricos, bem como pela trilha sonora que mistura vários gêneros, todos clássicos de 1970.
Porém, a maior fórmula de sucesso, não apenas deste longa, mas também de todos os outros da Marvel, é o uso de personagens que não se sentem parte da sociedade e que lamentam por não serem “normais”. São figuras tristes e que tentam de todas as maneiras lidar com sua solidão. As suas crenças de que são inerentemente diferentes, mesmo quando se parecem com seres humanos normais – ou não – e ainda antes de adquirirem poderes especiais, movem todas as ações dos personagens, desde a simples escolha de um amigo que se sente do mesmo modo até a batalhas intergalácticas.
No caso de Guardiões da Galáxia, a trama se desenvolve em torno dos heróis Peter Quill, interpretado por Chris Pratt, Rocket, um guaxinim dublado por Bradley Cooper, (baby) Groot, com a voz de Vin Diesel, Gamora, interpretada por Zoe Saldana, e Drax, interpretado por Dave Bautista. O que eles têm em comum? São criminosos intergalácticos que se unem para salvar o mundo de Ronan, interpretado por Lee Pace, um vilão totalitário que quer controlar o universo.
Se o primeiro filme se tratava da união destes personagens inusitados frente a uma ameaça universal, o segundo tenta se aprofundar em cada um deles, tornando-os mais complexos. Esta complexidade faz com que, por exemplo, aqueles que anteriormente pareciam adversários se tornem amigos.
Mais importante, o filme continua a se desenvolver em torno do conceito da família. Se os personagens solitários de Guardiões da Galáxia se tornam uma família na primeira parte, agora eles vão atrás do misterioso parentesco de Peter Quill. Porém, mesmo que Guardiões da Galáxia 2 ainda tenha batalhas e cenas de bastante entretenimento, o enredo está focado no desenvolvimento de figuras já conhecidas, o que diminui aquela originalidade que nos fez embarcar em algo novo e diferente. Ainda assim, o filme demonstra uma grande versatilidade na construção de sua historia e se torna mais um sucesso na coleção de longas do universo da Marvel.