Vida: não é remake, mas parece com um

Com a competição de conteúdos originais pelos novos métodos de distribuição como Netflix, grandes estúdios evitam arriscar em produtos novos e originais e se esforçam em criar remakes de filmes já bem-sucedidos, o que inclui muitos homem-aranhas e desenhos da Disney. Vida, obra dirigida por Daniel Espinosa e que estreia no dia 26, poderia ser aquele blockbuster não baseado em filmes do passado e que de destacam por ser original. Porém, o filme se parece tanto com outras obras que espectadores podem ficam entediados rapidamente.

O filme de ficção cientifica conta a história de astronautas, interpretados por Jake Gyllenhaal, Rebecca Fergunson e Ryan Reynolds, que descobrem evidência de vida no planeta Marte. Enquanto estudam esta desconhecida forma de vida extraterrestre, percebem que é mais inteligente do que pensam. Pior, entende-se então que tal forma orgânica foi a responsável por acabar com a vida no planeta vermelho, e agora ameaça a tripulação.

A própria ideia de uma história mostrando um ente que aparenta ser inócuo, mas que logo se mostra aterrorizante, já foi usada em relação a Marte. O filme, porém, copia mais do que o enredo. O começo do filme parece bastante com o filme Gravity, de Alfonso Cuarón, e Interstellar, de Christopher Nolan, onde a câmera se move de modo complexo, dando piruetas frente a um universo ameaçador. Porém, esta é a parte mais estimulante do filme já que as imagens deslumbram mesmo sendo parecidas com filmes anteriores. No entanto, é neste momento que o filme se transforma e repete outro estilo: aquele do filme Alien, de Ridley Scott e Jean-Pierre Jeunet. É aí, então, que o longa vira uma corrida de gato e rato com uma premissa tão batida que passamos apenas a nos perguntar quem será a próxima vítima da criatura marciana. Os personagens, que também são desenvolvidos de acordo com uma formula já familiar, não ajudam para proporcionar o entretenimento desejado.

Se o roteiro poderia ganhar muito em originalidade, é mais surpreendente ainda que mesmo o trailer do filme já tem dado o que falar em sua similaridade com outros filmes. Por exemplo, aos 26 segundos do trailer de Vida aparece uma cena que é exatamente igual a uma cena do filme Homem-Aranha 3, o que fez com que muitos fãs do super-herói imaginassem que a entidade marciana desvendada pelos astronautas é na verdade a origem de Venom, um dos mais famosos arqui-inimigos do herói.

O que mais surpreende no filme é o fato de personagens, interpretado por grandes estrelas, desaparecerem gradativamente, caçados por sua descoberta – fato muito raro no passado, onde grandes estrelas do cinema sobreviviam do começo ao fim (e usado como comédia no filme Marte Ataca, de Tim Burton).

É difícil entender como a estratégia de pouco risco, apostando em remakes de filmes e estilos familiares, pode dar a Hollywood aquilo que precisa para tornar seus filmes em produtos lucrativos. Sim, imagens extasiantes chamam atenção, mas é aquilo que acontece depois destas primeiras imagens que dá ao publico o divertimento desejado.

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