Hype é a abreviação da palavra hipérbole em inglês, expressão usada para dar ênfase excessiva ao autêntico. Na prática, é algo muito popular. Apreciado ou analisado? Nem sempre.
Qualquer coisa pode virar hype, mas nem tudo chega a esta posição. O caminho para o “feed da fama” passa pelos espectadores e talvez o excesso de informação possa prejudicar a forma como as pessoas absorvem o conteúdo recebido. Ou seja, em poucos segundos, um post ou vídeo, que mal foi lido/visto até o final, será compartilhado por centenas ou milhares de pessoas.
Especificamente para o cinema e para as produções audiovisuais, alguns bons projetos passam despercebidos e perdem a chance de evoluir naturalmente no mercado em virtude da falta de “likes”. Não penso que o movimento seja ruim, apenas que a falta de análise crítica dos “fãs” coloca em desvantagem boas produções.
A fama é fugaz, assim como nossa capacidade de interesse. Tudo que é famoso hoje, facilmente pode ser esquecido amanhã. Em tempos de tecnologia, o tempo é rei e a atenção de quem observa, curte e compartilha é essencial para a valorização do conteúdo. Produções como Pequena Miss Sunshine, Juno e Quem quer ser um milionário jamais teriam se revelado grandes sucessos se o público não mostrasse interesse de fato.
Imagina se Star Wars, longa metragem complexo com mais de nove sequências, não apresentasse a análise crítica dos fãs? Foi exatamente isso que tornou o clássico um filme atemporal que continua a conquistar novos aficionados pelo mundo todo. Eterno hype. Portanto, autêntico deve ser aquele projeto que inspira outros profissionais, transforma a indústria, torna-se padrão em um segmento e é aprovado por muitos.
Texto escrito pelo cineasta Daniel Bydlowski à Revista Zoom.