Cineasta brasileiro produz o primeiro longa de realidade virtual em 3D

A polêmica em torno da Criogenia move a história futurista do casal Harriet e Peter em Nano Éden, longa a ser lançado ainda em 2017

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O brasileiro Daniel Bydlowski, doutorando na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos, anunciou nesta semana que irá produzir em Los Angeles o primeiro filme de ficção do Brasil e do mundo em realidade virtual em 3D, chamado “Nano Éden”. O longa, que terá as gravações iniciadas já na segunda quinzena de outubro, terá aproximadamente 65 minutos. Segundo Bydlowski, membro do Directors Guild of America, a maioria dos projetos de realidade virtual foca no que se chama de “experiência virtual”, mas poucos usam realidade virtual para contar histórias com personagens como no cinema tradicional.

O filme, que será lançado no segundo semestre de 2017, é realizado em parceria com a Synaptic VFX, que fez os efeitos especiais de vários filmes importantes, entre alguns deles estão Truque de Mestre 2, Homem de Ferro, Hancock e Alice no País das Maravilhas.“A realidade virtual está cada vez mais fazendo sucesso aqui em Los Angeles, está até em Sundance, o festival mais famoso daqui e, claro, em Cannes também. Muitos acham que pode ser o futuro do cinema e do videogame, mas o desafio maior dos produtores é achar a linguagem deste formato”, explica Bydlowski.

O cineasta ainda detalha que atualmente os projetos de realidade virtual utilizam várias câmeras capturando 360 graus. Na opinião dele, isso é uma alternativa válida como “experiência” para documentários que queiram filmar de modo passivo tudo que está ao redor. Por outro lado, este tipo de produção, não só deixa o projeto mais caro porque precisa de muitas câmeras e memória, mas também faz o espectador perder o foco. “Neste projeto, vamos fazer diferente. Iremos utilizar somente uma ou duas câmeras para capturar cada trecho dos 360 graus separadamente e com mais controle. Animação e efeitos especiais serão usados para fazer o “stitching” de uma câmera para outra. Acho que é um modo muito mais vantajoso para diretores que gostam de ter mais controle sobre sua história”, revela o cineasta. Desta maneira, depois que esta produção estiver completa, o cineasta poderá gravar partes do mundo virtual e transforma-lo em um filme tradicional em tela de cinema 2D ou ainda 3D de maneira eficaz, especialmente em uma indústria que tenta cada vez mais utilizar todos os veículos possíveis para distribuição de filmes.

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Sobre o filme:

Hoje muito tem se falado sobre Criogenia – ramo da físico-química que estuda tecnologias para a produção de temperaturas muito baixas com o fim de conservar o corpo.  Desde 2005, o tema voltou à tona nos EUA e especula-se que muitos famosos estejam com seus corpos ou parte deles congelados, como o de Walt Disney. O boato gerou polêmica na década de 60 e 70, mas a informação foi negada na época pelo irmão dele, Roy Disney.

No vale do Silício, por exemplo, muitos querem congelar seus corpos para que no futuro cientistas possam inventar meios de transferir o cérebro para outro corpo, mesmo que seja um corpo artificial. Acreditam que poderiam codificar o cérebro e dar um download para guardar a memória. Especula-se que hoje há cerca de 250 pessoas congeladas em tubos de nitrogênio a temperaturas baixíssimas, e surpreendentemente mais de duas mil pessoas vivas aguardam a vez de serem congeladas após a morte para despertarem no futuro. O mercado de Criogenia cresce cada vez mais. Até há planos familiares para isso. Mas o rumo que a medicina do futuro vai tomar ainda é uma incógnita. O que se deseja é que os corpos ressuscitados com sucesso estejam curados da doença que os matou. Na promessa mais otimista das empresas de criogenia, seria possível voltar à vida com a própria consciência, mas desta vez em um corpo ainda mais bonito, jovem e saudável. E por que não, imortal?

Além do mais, a criação de uma consciência virtual das mentes das pessoas possibilita uma vida eterna dentro do ambiente dos computadores, uma vez que dados, números e códigos – uma vez feitos e protegidos com backup – não ficam velhos e não são perdidos. É a fonte da juventude e também a criação de um paraíso eterno pelo próprio homem, para o futuro da humanidade.

Na ficção do cineasta Daniel Bydlowski, com o filme “Nano Éden”, a história é baseada na vida de duas pessoas, marido e mulher, Harriet e Peter, que assinam um contrato quando estão para morrer para terem seus cérebros codificados e serem baixados num computador, lugar em que serão felizes para sempre. O problema é que, para serem realmente felizes, os cientistas apagam varias memórias deste casal, inclusive a de que estão mortos. Todas as memórias que não são felizes são apagadas. No filme, os dois vão passar por vários desafios até descobrirem que estão mortos e acharem uma saída. O longa, que irá utilizar de recursos baseados na tecnologia de realidade virtual do cineasta Daniel Bydlowski, trará uma reflexão e alerta contra a fé absoluta no computador. O elenco contará com atores como Scott Allen Rinker, conhecido por seu trabalho na série Star Trek Enterprise, e Jerome Charvet, que já trabalhou ao lado de Gerárd Depardieu e Jean Reno. A direção de fotografia e efeitos especiais ficará nas mãos do talentoso Shant Jordan, responsável pelos efeitos visuais do filme O Dia Depois de Amanhã. A expectativa dos produtores é que o filme esteja pronto no primeiro trimestre de 2017.

Daniel Bydlowski é cineasta brasileiro com Master in fine Arts pela University of Southern of California e doutorando na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. É membro do Directors Guild of America. Trabalhou ao lado de grandes nomes da indústria cinematográfica como Mark Jonathan Harris e Marsha Kinder em projetos com temas sociais importantes. Atualmente, está produzindo Nano Éden, um longa em realidade vitual em 3D sobre criogenia e uma vida além da morte no ambiente virtual.

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