A fotografia é incrível! Um visual que realmente faz com que a emoção tome conta, principalmente unida à trilha sonora que ficou encantadora. A live-action (apesar de não ser necessariamente uma) de O Rei Leão foi a mais esperada da Disney, lembrando que foi uma animação que marcou época unindo, de fato, pela primeira vez o público das meninas e meninos dos anos 90.
A nova produção tem 30 minutos a mais do que o original e, esse tempo é totalmente dedicado à paisagem. Foram poucas alterações, é bastante fiel ao primeiro roteiro.
A grande protagonista é a nostalgia, para aqueles menos atentos, realmente são tomados pela emoção de ver o filme favorito em fotorrealismo. E as dublagens americanas ajudam também, e muito, mas isso não basta e pode causar estranhamento naqueles que são mais ligados no cinema.
Por mais emoção que passem as vozes, o filme não consegue agradar o público mais atento, fica um pouco divergente quanto às imagens. Os animais estão sem expressão. O olhar imponente e misericordioso de Mufasa não foi retratado, as cenas especialmente intensas de diálogos foram gravadas de longe e aqueles detalhes nas expressões que causavam empatia não há. O Scar não é mais o mesmo, sua malandragem foi deixada de lado e ele virou um leão velho e magro.
A cena épica, motivo de tanto choro do público, não é a mesma coisa. Faltou muita expressão em Simba ao encontrar o pai morto.
Excepcionalmente, o Timão e Pumba funcionam bem com o fotorelismo, pois eles ficam com uma impressão cartunesca, o que acaba sanando a falta de expressão facial dos personagens.
Porém, o filme é salvo pela produção impecável em relação ao realismo, a movimentação dos personagens não é engessada e é possível ver os detalhes dos animais de perto.
Vale a pena ir ao cinema, afinal, estamos falando de O Rei Leão e de toda aquela nostalgia gostosa que ele traz. Mas… não tem o potencial de marcar uma época como assim foi o original.
*Texto escrito pelo cineasta Daniel Bydlowski ao jornal A Crítica.