Um desafio enorme para uma produção que recebeu muitas críticas ao longo de sua existência, mas Aquaman foi salvo! Especialmente pelo trabalho de construção do personagem feito por Jason Momoa (Conan – O Bárbaro e Game Of Thrones).
Humor, ação e romance! Uma atmosfera de fantasia que quase não se vê por aí. Visualmente, o longa funciona e é evidentemente atraente. São muitos universos para expor e o diretor James Wan faz isso e, assim, apresenta a mitologia de forma concisa e os defeitos ficam em segundo plano.
Falar com peixes e controlar o fundo do mar são características pouco atrativas comparadas a outros personagens, mas a nova jornada de salvar os humanos da fúria de seu irmão Orm, Mestre dos Oceanos – interpretado por Patrick Wilson (Invocação do Mal), traz uma nova visão do super-herói pouco aclamado.
O hilário e nada instigante cavalo-marinho, companheiro do homem peixe, é totalmente reformulado e ganha vida como um tipo de dragão do mar. Cheio de escamas, o bicho mostra imponência e confiança.
O usual uniforme utilizado por ele vira uma espécie de armadura com escamas em ouro e detalhes pontiagudos. Um traje de respeito, o que deixou o conjunto ainda melhor.
Outra aparição no filme foi a da princesa Mera, feita pela Amber Heard (A Garota Dinamarquesa), que ajudou o Aquaman a lutar contra o Mestre dos Oceanos.
Apesar de todas essas mudanças, ainda existem alguns problemas de diálogo de atuação. Por exemplo, a atriz que interpretou a princesa do mar poderia ter incorporado um estilo mais “malandra”, pois não passa a sensação de que existe uma história por traz do filme, como de costume em produções cinematográficas que saem de quadrinhos.
Embora o filme pareça uma explosão de acontecimentos rápidos, a reformulação dos personagens, a atuação dos atores e a coragem do diretor faz dele uma produção selvagem, colorida e cria a possibilidade de cair na graça dos apreciadores de quadrinhos.
Texto escrito pelo cineasta Daniel Bydlowski para o jornal A Crítica.